Ambiência https://ambiencia.blogfolha.uol.com.br O que está em jogo na nossa relação com o planeta Fri, 03 Dec 2021 21:06:25 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Justiça Federal arquiva inquérito sobre incêndio em Alter do Chão https://ambiencia.blogfolha.uol.com.br/2021/02/18/justica-federal-arquiva-inquerito-sobre-incendio-em-alter-do-chao/ https://ambiencia.blogfolha.uol.com.br/2021/02/18/justica-federal-arquiva-inquerito-sobre-incendio-em-alter-do-chao/#respond Thu, 18 Feb 2021 21:14:52 +0000 https://ambiencia.blogfolha.uol.com.br/files/2019/11/brigadaalter-320x215.png https://ambiencia.blogfolha.uol.com.br/?p=904

Por falta de provas de autoria, a Justiça Federal decidiu pelo arquivamento do inquérito Polícia Federal sobre o incêndio de Alter do Chão (PA), ocorrido em setembro de 2019. O caso ganhou repercussão nacional com a prisão de quatro brigadistas voluntários em novembro daquele ano, em ação elogiada pelo presidente Jair Bolsonaro.

A decisão do juiz federal Felipe Gontijo Lopes, da 2ª Vara Federal de Santarém (PA), ocorreu no último dia 9 e segue a conclusão do inquérito da Polícia Federal, que através de perícia identificou as origens do fogo e as áreas afetadas, mas em relatório final apontou que não há definição clara de autoria.

Entretanto, o inquérito que indiciou os brigadistas voluntários é da Polícia Civil do Pará. Por isso, a mesma decisão judicial reconhece a competência federal para a investigação do caso – já que as áreas afetadas pelo fogo são de responsabilidade da União – e pede ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que solucione o conflito de competências.

A acusação dos brigadistas foi levada ao Ministério Público Estadual por duas vezes, mas retornou para a Polícia Civil, em janeiro e março do último ano, com pedidos de diligências.

Este blog revelou que os grampos telefônicos que embasaram a prisão haviam sido tirados de contexto no inquérito da Polícia Civil, que, sem evidências de crime, baseou-se em depoimentos de militares e ruralistas – um deles recuou da acusação após a revelação do inquérito.

A defesa dos ambientalistas conseguiu, no último mês de dezembro, revogar medidas cautelares que impunham restrições sobre o deslocamento dos quatro brigadistas. Eles receberam de volta seus passaportes, mas ainda têm seus computadores apreendidos. Agora, o desfecho dessa acusação passa a depender da definição do STJ sobre a competência estadual ou federal para o julgamento do caso.

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Ministro do Meio Ambiente se reúne pela primeira vez com ambientalistas na COP-25 https://ambiencia.blogfolha.uol.com.br/2019/12/09/ministro-do-meio-ambiente-se-reune-pela-primeira-vez-com-ambientalistas-na-cop-25/ https://ambiencia.blogfolha.uol.com.br/2019/12/09/ministro-do-meio-ambiente-se-reune-pela-primeira-vez-com-ambientalistas-na-cop-25/#respond Mon, 09 Dec 2019 12:46:49 +0000 https://ambiencia.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/WhatsApp-Image-2019-12-09-at-05.48.12-320x215.jpeg https://ambiencia.blogfolha.uol.com.br/?p=544 MADRI  Uma tentativa inédita de diálogo entre o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e as ONGs ambientalistas brasileiras aconteceu na manhã desta segunda-feira (9) em Madri, durante a COP-25, conferência de clima da ONU.

Uma aglomeração de brasileiros se formou no pavilhão da conferência para conferir, em pé, o andamento da conversa, que contou com a presença do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e outros seis parlamentares – os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fabiano Contarato (Rede-ES) e Eliziane Gama (Cidadania-MA); e ainda os deputados federais Joênia Wapichana (Rede-RR), Nilto Tatto (PT-SP) e Rodrigo Agostinho (PSB-SP).

“Como bem colocado aqui, temos que achar os pontos de convergência”, disse Salles.

No entanto, o esforço de diálogo com o governo federal durou poucos minutos. O ministro foi o terceiro a se pronunciar – logo após o discurso de abertura de Karina Penha, da ONG Engajamundo, e a fala do coordenador do Projeto Saúde e Alegria, Caetano Scannavino . Salles se retirou do evento logo após seu discurso.

“Quando escuto esse relato da baixa produtividade [da pecuária na Amazônia], é uma visão absolutamente correta. O aumento do uso intensivo daquilo que já foi aberto [em áreas] é um dos padrões que desencoraja o aumento da expansão de novas áreas”, continuou.

O ministro também lembrou que a Amazônia tem o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. “[Conservar a floresta] sem cuidar das pessoas é difícil. O trabalho de vocês demonstra isso”, disse Salles, apontando para o coordenador do Projeto Saúde e Alegria.

“É preciso monetizar os serviços ambientais. Precisam de recursos para serem valorizados. A nossa vinda à COP neste ano tem tudo a ver com isso”, emendou o ministro.

O encontro também contou com a presença de duas ex-ministras do Meio Ambiente, Marina Silva e Izabella Teixeira, que se pronunciaram após a saída de Salles.

“Aqui não é lugar de barganha, é lugar de construção”, disse Izabella. Em 2015, à frente do Ministério do Meio Ambiente, ela entregou na COP de Paris as metas do Brasil para redução de emissões de gases-estufa.

“Não conheço a implementação do Código Florestal. O compromisso que foi feito no Congresso não está sendo cumprido. Não conheço mais a credibilidade do Brasil no exterior para oferecer um compromisso com políticas públicas”, ela completou.

Já a ex-ministra Marina Silva pediu que Davi Alcolumbre reitere seu compromisso, declarado à Folha no último sábado, de não permitir retrocessos ambientais na legislação.

“Assim como disse o presidente Rodrigo Maia, que não vai tramitar projeto de mineração em terra indígena, é preciso dar força para o projeto do Randolfe que institucionaliza um plano de prevenção e controle do desmatamento como política pública”, pontuou Marina.

“O parlamento brasileiro assumiu um compromisso com o mundo. Votou um acordo”, disse Alcolumbre, em referência ao Acordo de Paris. “Enquanto presidente do Senado, eu cumprirei a palavra do Congresso brasileiro”.

“Não arredaremos o pé dos compromissos assumidos com o Brasil e com o mundo, mas precisamos entender as necessidades das pessoas que vivem na Amazônia. Esse é um momento de conciliação”, ponderou.

“Pela primeira vez o governo aceitou autorizar estados, municípios e setor privado a acessar recursos do Redd [Redução de Emissões de Degradação e Desmatamento]”, disse Alcolumbre.

Ele também lembrou que os recursos do pré-sal, embora o combustível emita gases-estufa, têm representado uma melhoria da distribuição de recursos para os municípios.

Questionado sobre a possibilidade da MP da regularização fundiária – que pode ser apresentada na terça (10) pelo governo – incentivar a grilagem de terras, Alcolumbre defendeu a autodeclaração dos proprietários e disse que a punição é a forma de inibir o crime de grilagem.

“Vou pedir para minha consultoria estudar. Eu acho que um instrumento de penalização vai inibir a falsificação de documentos”, respondeu.

*A jornalista viajou a convite do Instituto Clima e Sociedade (ICS). 

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ONGs pedem que Europa e Canadá suspendam negócios com o Brasil https://ambiencia.blogfolha.uol.com.br/2019/06/19/ongs-pedem-que-europa-e-canada-suspendam-negocios-com-o-brasil/ https://ambiencia.blogfolha.uol.com.br/2019/06/19/ongs-pedem-que-europa-e-canada-suspendam-negocios-com-o-brasil/#respond Wed, 19 Jun 2019 09:09:58 +0000 https://ambiencia.blogfolha.uol.com.br/files/2019/05/bolso-320x215.jpg https://ambiencia.blogfolha.uol.com.br/?p=306 Mais de 340 organizações internacionais assinam uma carta aberta pedindo que a União Europeia interrompa imediatamente as negociações comerciais com o Brasil. O pedido acontece em meio a tratativas para um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia.

Endereçado aos presidentes da comissão, do conselho e do parlamento europeus nesta segunda (17), o documento diz que “desde o início do governo Bolsonaro, em janeiro de 2019, temos testemunhado o crescimento de violações a direitos humanos, ataques a minorias, populações indígenas, LGBTQ e comunidades tradicionais”.

“Além disso, a administração continua a ameaçar o funcionamento democrático básico da sociedade civil, enquanto instiga ataques a algumas das regiões mais preciosas e ecologicamente valiosas do mundo”, continua.

Assinada por mais de 340 organizações internacionais, na maioria de países europeus, a carta tem cinco demandas:
–  a interrupção imediata das negociações de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul;
– a garantia de que os produtos brasileiros consumidos pelo bloco europeu não contribuem para o desmatamento, grilagem de terras e violação de direitos humanos;
– o pedido de confirmação formal de que o governo brasileiro está comprometido com a implementação do Acordo de Paris;
– o apoio a ONGs brasileiras que trabalham pelos direitos humanos e pelo funcionamento da democracia;
– e, finalmente, o monitoramento sobre violações de direitos humanos, incluindo investigação de casos e proteção a quem estiver sob risco, como defensores ambientais e populações indígenas.

Preocupações semelhantes foram enviadas ao governo de Justin Trudeau por nove organizações canadenses na semana passada. “Exigimos que o governo canadense interrompa as negociações com o Brasil para acordo de livre comércio entre o Canadá e o Mercosul”, pede a carta, enviada no último dia 10 ao primeiro ministro e também à ministra de Relações Exteriores, Chrystia Freeland e ao ministro de Negócios Internacionais do Canadá, Jim Carr.

“Assinar um acordo com esse regime extremista de direita só exacerbará os riscos para as pessoas e o meio ambiente”, diz o documento.

Em maio, outra carta assinada por 600 cientistas europeus havia feito pedido semelhante, exigindo que a União Europeia deixasse de importar produtos brasileiros ligados a desmatamento. A publicação foi apontada como motivo para a desistência da viagem que o ministro do Meio Ambiente faria na semana seguinte ao continente europeu.

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Depois de bloquear ONGs no Twitter, ministro diz que só quer receber ‘ambientalistas sérios’ https://ambiencia.blogfolha.uol.com.br/2019/02/05/depois-de-bloquear-ongs-no-twitter-ministro-diz-que-so-quer-receber-ambientalistas-serios/ https://ambiencia.blogfolha.uol.com.br/2019/02/05/depois-de-bloquear-ongs-no-twitter-ministro-diz-que-so-quer-receber-ambientalistas-serios/#respond Tue, 05 Feb 2019 22:22:03 +0000 https://ambiencia.blogfolha.uol.com.br/files/2019/02/sallesblock-150x150.png http://ambiencia.blogfolha.uol.com.br/?p=117 Ricardo Salles está em um relacionamento complicado com as ONGs ambientalistas. O ministro do Meio Ambiente bloqueou da sua conta pessoal no Twitter alguns perfis como o do Observatório do Clima e o do coordenador de campanhas do Greenpeace, Nilo D’Ávila. Ao blog, ele explica que “está aberto para receber todos os ambientalistas sérios”.

Questionado sobre qual o seu critério de seriedade, Salles responde que “as organizações que ligarem e agendarem uma reunião para discutir uma pauta serão recebidas. Mas você não pode ir na internet dizer que sou burro, incompetente e depois querer vir aqui; isso não é ter uma boa relação”.

O critério do ministro também inclui regras de comportamento. “Vou receber quem tenha uma pauta séria; sem ‘assembleísmo’, sem manifestação”, descreve.

Embora não se enquadre na etiqueta do ministro, o Observatório do Clima é reconhecido como um porta-voz importante da sociedade no monitoramento de ações climáticas. Sua rede tem dezenas de organizações-membro, incluindo movimentos sociais, universidade e também entidades ligadas ao setor privado, como a Fundação Boticário.

O secretário-executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl, lembra que a postura crítica não é novidade na sua atuação. “Sempre fomos muito críticos e cobramos de todos os governos, mas sempre tivemos por parte deles a abertura ao diálogo, mesmo nos momentos em que as diferenças nas decisões e posições de governo em relação às nossas recomendações eram muito grandes”, afirma.

O “Agromitômetro”, publicação no site do Observatório que checou e rebateu declarações do ministro, é o que teria deixado Salles #chateado. O bloqueio no Twitter veio logo depois, em 17 de janeiro.

Já Nilo D’Ávila, coordenador de campanhas do Greenpeace, respondeu pelo Twitter que nunca foi seguidor do ministro na rede social. Há uma semana, ele havia marcado o perfil de Salles em uma publicação que cobrava providências sobre a tragédia de Brumadinho.

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